O que o "morango do amor" ensina para o dono de restaurante?

Veja como a febre do “morango do amor” superou a Páscoa em vendas e expôs o perigo do sucesso sem controle

De um lado, filas de consumidores dispostos a pagar até R$20 por um "morango do amor", influenciados por uma febre viral no TikTok, Instagram e pelo bom e velho boca a boca.

Do outro, nos bastidores da cozinha, uma pergunta crucial: essa explosão de vendas está, de fato, gerando lucro? 

O fenômeno do doce se tornou mais que um recorde de vendas, é uma aula prática sobre a importância da ficha técnica e da análise de lucratividade para evitar que o sucesso se transforme em prejuízo.

Vender muito e lucrar pouco, vale a pena?

O morango do amor mostrou que conquistar o cliente não garante rentabilidade, afinal, enquanto os pedidos saltaram de 11 mil em junho para 290 mil em julho de 2025 no iFood, o preço do ingrediente principal disparou cerca de 90%, de R$24,66 para R$46,88 a caixa, segundo a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). 

Ao mesmo tempo, 39% dos empresários da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) não conseguiram reajustar seus preços nos últimos 12 meses, absorvendo o aumento dos custos para não perder clientes.

O caso evidencia que o sucesso viral exige mais do que visibilidade: ficha técnica atualizada, cálculo preciso de custos e análise de lucratividade são essenciais para que o fenômeno se transforme em resultado sustentável. 

Ou seja, o morango do amor prova que, no setor de alimentação fora do lar, a viralização pode abrir portas, mas apenas a gestão inteligente garante que o sucesso se mantenha lucrativo.