Ipea divulgou essa semana estudo sobre o setor
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou essa semana um estudo sobre pessoas que trabalham com transporte de passageiros e entregas de mercadorias. No Brasil, aproximadamente 1,5 milhões trabalham nessa categoria. A maioria (62%) é de motoristas de aplicativo ou taxistas, 21% fazem entrega de mercadorias em motocicletas e 15% são mototaxistas.
Esses trabalhadores estão inseridos na chamada “gig economy”, termo que caracteriza o modelo de parceria entre funcionários e empresas que contratam mão de obra para realizar serviços esporádicos e sem vínculo empregatício, principalmente por meio de aplicativos.
De acordo com dados da pesquisa, existem no país:
O estudo mostra que a maioria desses trabalhadores é homem, preto ou pardo, e tem menos de 50 anos. O maior número de motociclistas que entregam mercadorias, de motoristas de aplicativos e de taxistas concentra-se na Região Sudeste. As regiões Norte e Nordeste têm o maior número de mototaxistas no país.
Quanto à escolaridade, mais de 10% dos motoristas de aplicativo e dos taxistas e 5,6% dos entregadores de mercadorias via motocicleta têm ensino superior. Entre os mototaxistas, a porcentagem é 2,1% e, nesse grupo, 60,1% não concluíram o ensino médio.
O levantamento do Ipea mostra que, entre 2016 e 2021, o número de entregadores de mercadorias via moto aumentou, passando de 25 mil para 322 mil, número que não teve redução durante a pandemia de covid-19.
Já o número de motoristas de aplicativos e taxistas caiu de 1,121 milhão, em 2019, antes da pandemia, para 782 mil, em 2020. Em 2021, o número cresceu para 945 mil, mas ainda sem voltar ao patamar de 2019.
O maior rendimento médio é dos motoristas de aplicativos e taxistas, em torno de R$ 1,9 mil. Em 2016, eles recebiam, em média, R$ 2,7 mil. No subgrupo de motociclistas que fazem entregas, o rendimento é de aproximadamente R$ 1,5 mil por mês, valor que se mantém estável desde 2020.
A remuneração dos mototaxistas, por sua vez, permaneceu praticamente constante, passando de aproximadamente R$ 1 mil, em 2016, para R$ 900, em 2021. É o único subgrupo da gig economy no setor de transportes com rendimentos abaixo do salário mínimo, que em 2021 era R$ 1.212.
Desde o dia 02 de abril os mais de 200 mil motoboys cadastrados no iFood vão passar a receber mais.
Os profissionais terão um aumento de 50% no valor mínimo por quilômetro rodado e outro de 13% no valor da rota mínima - a menor quantia que recebem por uma entrega.
O valor da rota mínima subirá de R$ 5,31 para R$ 6. Esse valor é o mínimo que os entregadores recebem para realizar uma rota. Também aumentamos em 50% o valor mínimo pago por quilômetro rodado, que vai passar de R$ 1 para R$ 1,50.