Dívidas atrasadas preocupam bares e restaurantes

Pesquisa aponta que quase metade dos estabelecimentos marcaram dívidas atrasadas em junho

Os números não estão positivos para o mercado de food service no primeiro semestre do ano. Ao que tudo indica, o setor que começou bem no início do ano marca quase metade dos estabelecimentos com dívidas atrasadas.

Os dados são da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) que entrevistou cerca de 2.615 empresários entre os dias 24 e 31 de junho. Segundo a pesquisa, 42% dos bares e restaurantes devem dinheiro.

Entre as dívidas vencidas estão os impostos, fornecedores ou serviços públicos entre outros. Confira:

  • 80% devem impostos federais, como Imposto de Renda, PIS/Cofins ou parcelas do Simples;
  • 53% possuem dívidas relacionadas a impostos estaduais;
  • 35% encargos trabalhistas;
  • 26% taxas municipais;
  • 26% serviços de água/luz/gás/telefonia;
  • 22% têm débitos com fornecedores de insumos;
  • 19% estão com o aluguel atrasado.

Outro número preocupante é que 21% dos bares e restaurantes trabalharam com esse prejuízo. Em contrapartida, também houve um número de estabelecimentos que marcaram lucros:

Foram cerca de 37% em abril e 43% em maio. Já as empresas em equilíbrio financeiro, houve diminuição de 41% para 35%.

O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci fala sobre os atrasos de pagamentos, principalmente de impostos federais e estaduais:

Hoje cerca de 10% do faturamento, em média, está comprometido com dívidas. Isto no momento em que discutimos no Congresso a reforma tributária.” explica ele.

dividas preocupam restaurantes

O que se desenha hoje pelo texto da reforma, com a alíquota cheia, é que as empresas que estão operando no setor na modalidade de lucro real cheguem a pagar até 100% a mais de impostos

Aquelas que estão em lucro presumido, 40% a mais. É uma carga inaceitável em qualquer circunstância, especialmente em um momento tão delicado para o setor”, diz o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.

Futuro do mercado

O mercado food service vem se mostrando instável desde o início de 2023. Como a pandemia do Convid-19 desestabilizou os restaurantes, reerguer está sendo uma tarefa complicada.

No começo de junho, bares e restaurantes já registravam dificuldades  para acompanhar os preços do mercado. Dados divulgados pelo IBGE mostraram que o crescimento na alimentação fora do lar acumula alta de 1,67%, também abaixo do índice geral, que foi de 2,09% no primeiro trimestre de 2023.

A pesquisa mostrava que apenas 60% dos bares e restaurantes conseguiram aumentar os preços para acompanhar o índice geral.

Enquanto 32% dos estabelecimentos fizeram reajustes apenas para acompanhar a inflação e 8% disseram ter conseguido aumentar acima do índice geral.

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Com o atraso de dívidas e os obstáculos para manter o preços, bares e restaurantes precisam de novas estratégias para o segundo semestre de 2023.

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