Bares e restaurantes enfrentam dificuldades para se recuperar

Nova pesquisa da Abrasel revela que dois terços das empresas possuem dívidas bancárias

De acordo com pesquisa divulgada pela Associação de Bares e Restaurantes do Brasil (Abrasel), o setor de alimentação fora do lar ainda  está enfrentando desafios causados pela pandemia e por consequência tiveram um primeiro período do ano sofrido.

Segundo os dados apresentados, 66% dos estabelecimentos tinham empréstimos bancários contratados em janeiro. Muitos desses créditos foram adquiridos pelo Pronampe que facilitou o acesso aos empréstimos durante a pandemia com taxas de juros mais baixas. 

A taxa de inadimplência ficou acima da média do programa no início do ano. No geral, as prestações estão de 30% a 40% mais caras do que quando foram contratadas, o Presidente da Abrasel, Paulo Solmucci explica o porquê disso: 

“Empresas que se socorreram na primeira etapa do Pronampe contrataram financiamentos a 2% de juro e 1,25% de spread. Hoje, o custo está em 13,75%. Isso quer dizer que quem tomou o empréstimo mais barato, hoje, está pagando 15%”, explicou. 

Segundo os dados revelados, 23% das 1477 empresas ouvidas registraram um prejuízo em janeiro deste ano. Um aumento de apenas 4 pontos em relação a dezembro de 2022.

Outros 43% tiveram lucros e 34% permaneceram na estabilidade. O estudo revelou também que 66% dos negócios do setor de alimentação têm empréstimos bancários. 

Com inadimplência de 21% dos que tiveram ganhos por linhas regulares e 13% aos que aderiram ao Pronampe.

Além disso, outro dado alarmante é que  cerca de 10% do faturamento das empresas está sendo destinado para o pagamento de empréstimos.

bares e restaurantes

Desafios a frente 

Além disso, 55% das empresas alegam não estar conseguindo reajustar o preço conforme a média da inflação (que marcou 5,77% no começo do ano).

  • 29% fizeram o reajuste abaixo do índice;
  • 26% não conseguiram realizar o reajuste;
  • 35% mantiveram conforme a média;
  • Apenas 29% aumentaram acima da média.

Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, afirma a importância de o governo federal ficar alerta para uma possível piora. Afinal, muitos negócios ainda lutam com os efeitos das restrições, com dívidas e pagamentos atrasados.

“Em média, 10% do faturamento das empresas que tomaram empréstimos está sendo aplicado em pagar dívidas bancárias, um índice muito alto. “Não à toa, a inadimplência em relação a empréstimos de linhas regulares já atinge uma em cada cinco destas empresas,” explica.

A pesquisa ainda mostra outros assuntos no setor alimentício como: 80% dos bares e restaurantes já possuem ou pretendem colocar medidas de combate à violência contra mulher.

E também revela um aumento no número de funcionários em 19% dos negócios. Além disso, 32% das empresas esperam ter que aumentar a procura por profissionais da área e já 61% dos empresários ouvidos afirmam que estão conseguindo  estáveis.

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