Cresce a preferência dos brasileiros por salgados e snacks à refeições completas

Consumidores apostam em alimentos de consumo rápido para economizar e projeção aponta crescimento de mercado em 6,49% ao ano até 2029

Brasileiros preferem consumir salgados e snacks no lugar de refeições completas 

Nos últimos anos, as refeições completas deixaram de ser a primeira opção de quem come fora de casa. Devido à crise econômica e à inflação, agora os favoritos do mercado são os snacks, salgados prontos e barras de proteínas.

Conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), houve um crescimento de 10% no mercado de salgados em 2024. Já para os snacks, os famosos “salgadinhos”, a projeção é que haja um crescimento anual de 6,49% até o ano de 2029

Uma pesquisa realizada em 2022 pelo Consumer Insights, da Kantar, já evidenciava um crescimento no setor: a porcentagem dos salgados passou de 11% de preferência no ano de 2019, para 15%, em 2022. Já as refeições, caíram de 7% para 4%.

Além disso, foi possível constatar que, entre 2019 e 2022, 89% do crescimento no consumo de salgados ocorreu entre opções de café da manhã e lanche da tarde. Houve, também, uma retração de 61% no mesmo período para pratos completos no horário de almoço.

Estes movimentos são impulsionados, sobretudo, por questões como busca por praticidade, conveniência e economia.

A preferência por snacks de proteínas

Dados do relatório “State of Snacking” da Mondelēz Internacional evidenciam que 75% da população brasileira já considera uma parcela do orçamento para compra de snacks, ainda que haja anseios acerca da inflação.

Em adição, um levantamento da Euromonitor indica que o aumento da preferência por barrinhas de chocolate, iogurtes e snacks é de 100% ao ano somente no Brasil. O índice chega a superar o ritmo mundial, que está em 60% de alta a cada ano. 

A principal causa disso é a expansão pela busca de alimentação mais saudável e proteica, somada à procura frequente por alimentos de consumo rápido que agreguem praticidade à rotina corrida.

Desta forma, a indústria alimentícia enxerga como uma oportunidade e acrescenta novas fórmulas de proteínas e fibras, que ajudam a regular a atividade intestinal e evitar a sensação de inchaço abdominal.

Com isso, na hora de escolher o que consumir no café da manhã e lanche, muitos consumidores apostam em algo barato e saudável.

O público que aproveita essas barrinhas, iogurtes e snacks entre as refeições, como almoço e jantar, consegue economizar e ter energia durante o dia. Por isso, muitas marcas veganas e produtos orgânicos estão ganhando espaço no mercado de food service.

Com o consumo fora do lar ganhando força, a baixa procura por refeições completas e o aumento da preferência por snacks e salgados, o jeito é investir em mais coisas saudáveis e rápidas de consumir.

O impacto nas classes D e E

Esta movimentação do mercado é impulsionada, também, pelas condições econômicas da população. Hudson Romano, gerente sênior de consumo fora do lar da Kantar, fala sobre os números serem mais altos entre as classes D e E:

“De forma geral, a crise está afetando mais o consumidor humilde. Prova disso é que vemos um movimento das pessoas começarem a buscar uma alimentação um pouco mais barata, deixando de gastar fora de casa e optando pelas marmitas e lancheiras”, explica.

Para as classes sociais A e B, aspectos como conveniência e saúde ainda são prioridade, o que justifica o crescimento de 112% no consumo de marmitas entre o grupo.