Consumo de carne brasileira cresce no país e no exterior
Brasil expande mercado internacional em Singapura e na República dominicana
No primeiro semestre de 2023, o Brasil registrou uma queda significativa no consumo de carne bovina e suína. Mas o mercado pode voltar a se erguer na reta final do ano com exportação.
No início do ano, a carne de boi saiu do prato dos consumidores causando prejuízos em alguns negócios. Segundo a Kantar, a carne bovina registrava presença nas refeições do brasileiro cerca de 43,1% das vezes, em 2021. Já em 2023, chegou a 39%, marcando queda de quase 4%.
Com esses números em destaque, o mercado precisou se reinventar com maiores ofertas fora de época, chamando a atenção dos consumidores e ampliando a venda. A carne bovina está vivendo uma virada de ciclo. É o que diz Cesar Castro Alves, consultor Agro do Itaú BBA.
“Vamos ver carne mais barata, no atacado ela já caiu. Nos frigoríficos de bovino, o ciclo vai ficar mais ofertado, vamos ver abate de fêmeas além da média, o que significa preço mais contido de boi gordo e da carne”, ressalta o consultor.
Castro ainda comenta sobre a oferta e demanda do mercado de carne. “O consumidor vai sentir um alívio, sim (no preço da proteína bovina). O varejo ainda está segurando uma grande parte dessa queda, mas a lógica não muda no curto prazo.” Completa.
Consumo internacional
Enquanto a carne se recupera em território nacional, ela ganha investimento no consumo fora do país.
O Ministério da Agricultura informou, em nota, a abertura do mercado para República Dominicana. Ou seja, o Brasil já pode exportar proteína bovina e suína para o país do Caribe.
Ao todo, o país importa cerca de 120 mil toneladas por ano, de acordo com o Ministério. Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, fala sobre esse novo comércio:
“Esta é uma das maiores aberturas de mercado para a carne suína brasileira da última década. O presidente Lula e o Ministério vêm trabalhando com afinco no fortalecimento das relações internacionais”, aponta.
As portas para a exportação de carne de boi e de porco não se limitaram à República Dominicana. O Ministério também fechou um acordo com Singapura.
“É mais uma importante conquista para a agropecuária brasileira, pois ampliamos as nossas relações comerciais com um mercado relevante e exportando produtos de maior valor agregado”, disse Fávaro
Singapura obteve o recorde de exportações brasileiras em 2022, batendo cerca de US$ 8,3 bilhões. As carnes foram o segundo principal produto exportado pelo Brasil para o país
No ano, o Brasil conseguiu 26 autorizações para exportar produtos a novos mercados, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Perspectiva para 2023
Para o fim de 2023, as perspectivas são positivas para o mercado de carne bovina e suína no país. Com o número de exportação crescendo, a produção retorna com força.
Assim, se tornam um grande aliado na criação de gado, ajudando na oferta e atraindo maiores consumidores.
Uma pesquisa feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a disponibilidade per capita da proteína bovina vai passar de 26 para 29 quilos anual por habitante, alta de 11,6%.
Ou seja, a expectativa é que a carne volte para a refeição do brasileiro e o mercado continue em crescimento até o final do ano.
