O consumo de carne bovina registra a pior queda do ano

Enquanto cresce o consumo de carne suína, a carne de boi cai 4% no mercado

O consumo de proteína durante a refeição já vem diminuindo ao longo dos últimos anos, devido a inflação e os altos preços. Os consumidores passaram a escolher carnes suínas ou peixes para completar no prato.

O mercado de alimentos e bebidas registrou retração de 6% no começo de 2023, em comparação ao ano de 2022, mas a diminuição do consumo foi maior, cerca de -9%. E a carne bovina é destaque desses números.

Segunda a Kantar, a carne de boi registrava presença nas refeições do brasileiro cerca de  43,1% das vezes, em 2021. Já esse ano, o número é de 39%, marcando queda de quase 4%.

Mas esses números não são surpresa. Desde 2022 a situação da carne bovina vem caindo. Nesse mesmo período no ano anterior, o consumo era de 40,5%.

Os números também são instáveis para outras proteínas. A salsicha e a linguiça, que eram populares em 2022, já não são preferência nos pratos dos consumidores  esse ano.

As carnes de aves, que fugiram do mercado no ano anterior pela alta dos preços, se recuperam neste período de 2023. Marcavam 25,9% de popularidade nos pratos e agora estão em 28,6%, uma alta de quase 3% no mercado.

O peixe e a  carne suína se destacam na preferência, registrando uma das maiores altas do ano. Os frutos do mar conseguiram estabilidade entre 2022 e 2023, já a carne de porco passou de 4,6% para 7,6% e depois para 9,1%.

carne bovina registra queda no consumol

A popularidade da carne suína

O alto consumo de carne suína não é uma novidade no mercado de alimentos. A proteína registra crescimento constante desde a última década. Houve aumento de 21% no consumo em kg na última década, passando de 14,9 kg para 18 kg.

Mas os números crescem também fora do país. O número de exportação aumentou cerca de 15,1% se comparadas a 2022, na mesma época.

Quando falamos em volume, no ano passado foram exportadas 457,8 mil/t. Já no primeiro semestre de 2023, as exportações de carne suína atingiram 526,4 mil/t, uma variação positiva de 14,99%. 

O contrário aconteceu com a carne bovina que marcou uma queda de -4,87% em exportações. Provando que a baixa não acontece somente no consumo.

Preços menores

É um cenário que corre risco de mudar, apesar dos resultados de 2023. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, junho marcou uma diminuição de preços.

 O preço da carne caiu cerca de 2,10%, contribuindo para uma deflação geral de 0,08% no mês. Isso vale para todos os cortes de carne bovina.

Segundo os dados, a redução dos preços para fígado foi de -6,51% e a picanha de -6,52%. A maior baixa foi o filé-mignon de -8,02%

Tudo indica que se os números continuarem a cair, o apreço e a preferência dos consumidores pela proteína de boi pode voltar a marcar um número alto outra vez.

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