O novo acordo da empresa com o Cade entrou em vigor no dia 1º de outubro
Entra em vigor o contrato do iFood estabelecido com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no começo do ano. E restaurantes afirmam que a empresa está ameaçando aumento de taxas.
Através de um acordo o Cade determinou, em fevereiro, novas regras para o contrato de exclusividade do iFood, com o intuito de evitar práticas anticoncorrenciais.
Em uma das regras, a empresa de delivery não pode assinar o contrato exclusivo com redes com mais de 30 restaurantes em funcionamento.
Já franquias com menos de 30 estabelecimentos, as regras são um pouco diferentes. A exclusividade pode valer até dois anos, porém, há uma quarentena de um ano.
Após o fim do contrato, a restrição com o iFood é completamente vetada. Mas a empresa possui uma vantagem. Dessa forma, donos de restaurantes afirmam estarem sendo pressionados pela plataforma a assinar o acordo.
A brecha no acordo permite que o iFood realize investimentos com os parceiros, garantindo aumento de 40% das vendas na plataforma acima do crescimento do mercado no ano anterior.
E é aí que nasceria a pressão. Segundo relatos, o aplicativo estaria oferecendo taxas menores para as empresas que concordarem seguir exclusivas.
Paulo Solmucci, presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Abrasel, comenta sobre o caso:
"Temos observado que estabelecimentos independentes que tinham contrato de exclusividade com o iFood estão sendo pressionados, já que, ao sair do ambiente de exclusividade, a taxa chega a subir de 5 a 7 pontos percentuais. Isso representa um aumento de 30% a 40% nas tarifas", afirma o empresário.
A taxa cobrada pelo iFood seria de aproximadamente 17% para cerca de 23% em cada venda feita pelo aplicativo.
No entanto, o vice-presidente de restaurantes do iFood, Arnaldo Bertolaccini, ressalta que a empresa segue com as regras do acordo com Cade:
"O restaurante tem opção de entrar com ou sem exclusividade. Nos momentos de renovação, ele tem opção de operar mais barato, exclusivo e mais caro não exclusivo", disse ele.
Em fevereiro, o Cade determinou limites para contratos exclusivos do app com redes de restaurantes e bares, após a denúncia de outros aplicativos de delivery.
De acordo com o Cade “essas cadeias são consideradas estratégicas na composição do portfólio de marketplaces de delivery online de comida".
Veja o que mudou no novo contrato:
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