A maior feira de varejo do mundo apresentou tecnologias que devem chegar até o consumidor nos próximos anos
Jornalista, fascinada por empreendedorismo, marketing digital e inovação. Responsável por informar o que há de novo no food service.
Há 112 anos a NRF, maior feira de varejo do mundo, acontece em Nova York (EUA). Todos os anos ela mostra quais são as principais tendências que o consumidor pode esperar e na edição de 2022 não foi diferente.
Durante os dias do evento milhares de empresários participaram dos estandes e palestras buscando entender quais as principais tendências tecnológicas que devem chegar até o consumidor final nos próximos anos (ou meses).
Um dos assuntos mais comentados durante a feira foram as experiências digitais para os clientes finais. A pandemia do Covid-19 provocou mudanças em diversos setores, o de alimentação fora de casa foi um deles.
Com um setor precisando se reinventar, foi necessário investir em novas tecnologias e a NRF mostrou muito bem o quanto novas ideias vão ser aplicadas em breve. O movimento de aceleração de food techs foi algo nunca visto no mercado.
Elas são empresas de tecnologia voltadas para buscar soluções para o setor alimentício, a Saipos é uma delas. Com o sistema de gestão que é desenvolvido pela startup é possível organizar e potencializar as operações dos bares e restaurantes do Brasil.
Um estudo feito pela Liga Insights intitulado: “Food Techs – As startups que atuam na alimentação” mapeou um total de 332 startups no país que atuam no ramo alimentício. A mesma pesquisa estima que em 2022, o mercado atinja um valor de R$ 980 bilhões em escala global.
São empresas relativamente novas no mercado, mas que devem ser capazes de auxiliar os empresários a oferecerem medidas sustentáveis e boas experiências para o consumidor final. As Food Techs fazem parte desta transformação digital.
Um dos espaços da NRF, foi a Innovation Lab, que mostrou algumas novidades bem interessantes para o setor de varejo como um todo. Pensando nisso, separamos alguns dos projetos mostrados durante a feira.
Se aqui no Brasil o iFood obteve a liberação para fazer entregas utilizando drones, lá nos EUA os robôs já estão indo por terra. Um dos equipamentos que mais chamou a atenção foram os Ottobots.
Eles são robôs autônomos especializados em entregas e foram desenvolvidos para serem utilizados tanto em ambientes internos como externos. Eles podem realizar entregas de lojas, supermercados ou restaurantes.
De acordo com a empresa Ottonomy, os robôs se guiam através de um mapa digital da área que estão operando. Eles se deslocam até o local da coleta do pedido onde o responsável por identificação com QR Code acomoda o pedido no seu interior.
Equipados com sensores eles são capazes de desviar de diversos obstáculos e pessoas até chegar ao consumidor. O mesmo autentica o pedido com o celular, o que permite a abertura do compartimento para a retirada da compra.
Na Colômbia, seu País de origem, o Rappi testa entrega por meio de mini robôs desde 2021, mais especificamente na cidade de Medellín. O experimento é fruto da parceria entre o Rappi e a startup americana KiwiBot e já contabiliza centenas de entregas com uma frota de 15 robôs. A ideia também é expandir o projeto para outros países da região.
Outra transformação digital são os pontos de Self-checkout. Eles mostram uma realidade onde o consumidor quer reduzir (ou não ter) contato com atendentes. Essa é uma ação ainda muito debatida dentro do setor por causa da pandemia.
Aqui no Brasil, muitos supermercados já têm implantados esses pontos de autoatendimento. A novidade é utilizar isso também dentro dos bares e restaurantes. Isso irá permitir que o próprio consumidor conduza as operações e concretize o pagamento.
Algo que já é muito utilizado por aqui são os Cardápios por QR-Code. Eles dão autonomia para o cliente escolher e realizar os próprios pedidos, que são encaminhados diretamente para a sua cozinha. Tudo isso sem precisar baixar um aplicativo, sem contato com o atendimento.
Os cardápios digitais são uma opção para os bares e restaurantes. Ele é capaz de aumentar o ticket médio da comanda, já que o consumidor poderá escolher todos os itens, incluindo adicionais e bebidas.
Essas duas tecnologias alinhadas podem trazer ganhos para muitos restaurantes, principalmente aqueles que trabalham principalmente com delivery e take away.