Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), de cada 100 estabelecimentos abertos nesse setor, 35 fecham em até dois anos.
Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), de cada 100 estabelecimentos abertos nesse setor, 35 fecham em até dois anos.
O empreendedor precisa ter em mente que, ao abrir um restaurante, a gastronomia deixa de ser apenas um hobby ou uma paixão e passa a ser um negócio.
A partir de então, a boa gestão do local ou a criatividade dos pratos serão apenas um de seus diferenciais.
Outros fatores, como localização, qualidade do atendimento, gestão de pessoas, controle de estoques e acompanhamento dos indicadores financeiros serão ingredientes fundamentais para o sucesso.
Segundo Rafael Valdivia, sócio do Pobre Juan, restaurante com 10 unidades no país e cardápio especializado em carne, quem abre um restaurante precisa ter cabeça de empresário desde o primeiro dia.
“Tem que fazer plano de negócios, olhar os números e dar resultado”, afirma. O plano de negócios passa pela definição do público-alvo e a estratégia para conquistar esse público.
Como em qualquer empresa, um restaurante deve ter KPIs (Key Performance Indicator) e métricas claras para acompanhar o desempenho, como precificação, desperdício e gasto com mercadorias.
Segundo Rafael, administrar um restaurante é um jogo de controle de perdas.
Os estoques têm validade curta – um caldo para temperar não dura mais que um dia -, por isso precisam ser cuidadosamente controlados.
Mercadoria parada é dinheiro parado, e mercadoria desperdiçada é dinheiro desperdiçado. Fazer uma previsão de vendas com base no histórico é importantíssimo.
O ideal é rastrear o maior número de informações possível sobre o negócio para, ao final de cada dia, verificar o que não deu certo e tentar ser um pouco melhor no dia seguinte.
Há sistemas para restaurantes que ajudam nessa tarefa de gestão de estoques e previsão de vendas.
Abrir um restaurante requer um alto investimento e, como em todo empreendimento, há o risco de fracassar.
Eduardo Ourivio e Mario Chady, do Grupo Trigo, ao qual pertence Spoleto, tiveram seis negócios que não deram certo antes de acertar a mão na rede de fast food de culinária italiana.
Além de controlar os números, um negócio na área de gastronomia exige altíssima dedicação. “Se você serve almoço, às 6h já tem gente trabalhando.
Se você serve jantar, às 3h ainda terá gente trabalhando”, afirma Rafael.
Apesar de reconhecer que todo empreendedor costuma trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana, ele afirma que o grande desafio, no caso de bares e restaurantes, é que a equipe também segue esse ritmo.
Desafio porque é preciso manter os funcionários motivados e engajados apesar do ritmo frenético e porque é preciso encontrar na agenda momentos de comemoração e de capacitação.
Um bar ou restaurante tem três pilares principais para existir.
- O cardápio (comidas e bebidas), que é o principal fator que motiva as pessoas a irem ao seu estabelecimento.
- A hospitalidade, que é o receber bem, o sorriso no rosto do garçom e um atendimento coerente com o seu modelo de negócios. Se for um restaurante de fast food, por exemplo, a agilidade é muito mais importante.
- O ambiente, que tem a ver com a localização, a arquitetura e o espaço.
Pode haver milhares de combinações desses três fatores que funcionem bem, desde que o empreendedor tenha muito claro qual é o seu diferencial e qual será o principal motivador de seus clientes. O sucesso vem daquilo que o negócio consegue fazer de diferente de todos os outros.
Como qualquer empresa que lida com comida, bares e restaurantes estarão sujeitos às análises da vigilância sanitária.
A diferença para fábricas, por exemplo, é que os clientes de restaurantes visitam o local de produção diariamente.
A maior parte dos negócios tem uma carteira de clientes que permite a recorrência e alguns contratos de longo prazo.
No caso de restaurantes, é preciso viver um dia por vez. Nenhum dia está garantido e não há nenhum contrato a não ser algumas reservas feitas.
“O negócio em si não tem um grande segredo, como a receita guardada a sete chaves da Coca-Cola. Para sobreviver com um bar ou um restaurante, a fórmula do sucesso é a disciplina”, afirma Rafael.
Neste ano, o Sebrae elaborou um material a partir de uma pesquisa realizada com 533 especialistas, consultores, empresários e consumidores.
Ao final, foram encontrados 12 fatores-chave de sucesso para bares e restaurantes. Confira: