Entregadores de aplicativo ameaçam greve após negarem proposta das plataformas

Uber, iFood, 99 e Amazon são algumas das empresas

Representantes dos entregadores por aplicativo não aceitam a proposta das plataformas na última reunião da comissão especial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que ocorreu na terça-feira (29), e ameaçam greve, caso não cheguem a um acordo.

Os trabalhadores já haviam recusado uma proposta no encontro anterior (duas semanas atrás). Mesmo assim, os novos valores sugeridos pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) também receberam uma negativa.

A nova proposta apresentada pela a associação, que reúne grandes empresas do mercado, como  iFood,Uber, 99, Amazon e Lalamove, contava com uma remuneração de R$ 21,22 por hora trabalhada para transportes com passageiros.

Já no caso de delivery, a remuneração seria de  R$ 12 para motos, R$ 10,86 para carros e R$ 6,53 para bicicletas. Para todos, o valor é referente ao tempo gasto nas viagens. Ou seja, para garantir os R$ 12 o motorista precisaria  completar 60 minutos em entregas.

A Amobitec ressaltou, em nota, que são “patamares mínimos” e não impede a "a possibilidade de ganhos superiores pelos trabalhadores".

Greve à vista?

greve a vista

Como nos encontros anteriores, os novos valores foram imediatamente recusados pelos líderes dos motoristas e entregadores que fazem parte da comissão.

Benedito Carlos dos Santos, secretário da Federação Nacional dos Trabalhadores Motociclistas Profissionais e Autônomos (Fenamoto), comenta sobre a proposta “A postura das empresas, é óbvio, é jogar [a remuneração] o mais baixo possível”.

Segundo os motofretistas, o piso da remuneração defendido pelos trabalhadores é de R$ 35,76 por hora, com combustível, plano de internet e outros inclusos.

E com objetivo de pressionar as plataformas, os representantes dos trabalhadores iniciaram, após a reunião, uma mobilização nas redes sociais chamada “estado de alerta”, como preparação para greve.

A MTE já vem acontecendo há um tempo. Criada com a intenção de debater a regulamentação de ambas as categorias, o próximo encontro está marcado para o dia 12 e se não chegaram a um acordo,  trabalhadores não satisfeitos ameaçam greve.

"Se a gente não chegar a um acordo, provavelmente no dia 12/09 a gente já lança a data do movimento nacional de rua", afirma Luiz Corrêa, presidente do Sindicato dos Prestadores de Serviços Por Meio de Apps (Sindmobi), do Rio de Janeiro.

Não é de hoje

entregadores ameaçam paralisação

 Em janeiro deste ano, entregadores também convocaram greve nas ruas. Com a ajuda de sindicatos e associações de trabalhadores por aplicativo, o objetivo era conseguir melhorias nas condições de trabalho.

No fim, a paralisação acabou não acontecendo. Após uma conversa com o Ministério do Trabalho, os trabalhadores resolveram negociar os termos para chegar a um acordo.

Confira a história:

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