Foodtech Kenti promete entregar seu pedido na temperatura exata

A startup brasileira desenvolveu uma mochila de entrega aquecida

Sabe aquelas ideias que a gente pensa: Por que nunca ninguém pensou nisso antes?

É exatamente isso que a foodtech brasileira Kenti responde. O produto que eles oferecem é uma solução bem eficiente para o delivery: uma mochila de entrega aquecida para os entregadores. 

A motivação para desenvolver o produto foi bem simples, receber uma pizza fria (muitas vezes). A solução usa um sistema de aquecimento por indução eletromagnética e foi desenvolvida pelo inventor Delfim Neto.

Dessa forma, a comida mantém seu frescor e temperatura durante todo o trajeto entre o restaurante e a casa do cliente. 

Neto se juntou a Armando Pompeu, Alessandro Andrade e Marcelo Guimarães, que juntos, contrataram um engenheiro para montar o protótipo de uma bag que pudesse embutir esse sistema de aquecimento, mas sem os riscos de pegar fogo ou danificar seus componentes. 

Será que funciona? 

Para certificar que as qualidades do sistema de aquecimento foi eficiente eles testaram diversas culinárias - carnes, massas, pizzas, sanduíches, sopas, risotos, etc.

Eles compravam as refeições, colocavam na mochila dotada com a tecnologia e traziam para casa para experimentar. 

Quando se certificaram que a invenção funcionava bem, testaram-na junto a chefs de cozinha e donos de restaurantes, notoriamente mais críticos e rigorosos em relação à comida.

Para isso, eles pediam que fossem preparados dois pratos da mesma refeição, colocavam um deles em uma mochila normal e o outro na bag com o seu sistema de aquecimento

Na sequência, eles deixavam os pratos dentro desses compartimentos entre 25 e 35 minutos (tempo médio de um delivery até a casa do cliente) e depois retiravam para que os donos dos restaurantes experimentassem. 

Enquanto na mochila comum, a temperatura interna era de 30ºC, na adaptada essa temperatura estava em 80ºC, permitindo que as refeições mantivessem seu frescor.

Foodtech Kenti

Assim nasceu a Kenti

A foodtech  não quer usar essa tecnologia apenas para deixar as refeições aquecidas por muito mais tempo. 

Esse novo baú irá permitir que os restaurantes ampliem o seu raio de entrega para regiões mais distantes e aumentem sua clientela, já que o frescor dos pratos será mantido.

Olhando de fora, a mochila da Kenti parece mais uma daquelas usadas comumente pelos entregadores. Mas ao abri-la, é possível ver a tecnologia envolvida. 

Há uma bateria, um circuito inversor que funciona em sincronia com a espira para fazer a indução eletromagnética e realizar o efeito físico de aquecimento, uma placa de circuito impresso, onde está o software que faz todo o gerenciamento de Internet das Coisas (IoT) e uma pequena placa que traz o recurso de GPS.

Segundo Alessandro Andrade, todo esse aparato deixa a mochila cerca de 2 kg mais pesada, algo equivalente a uma garrafa de refrigerante de dois litros, o que impactaria pouco no manuseio pelos entregadores.

  • Os sócios afirmam que manter as refeições aquecidas e seu frescor por mais tempo, mesmo nos pratos mais complexos, é apenas um dos diferenciais das mochilas da Kenti. 

Segundo os sócios, outro benefício que o seu produto traz para os restaurantes é permitir a ampliação do raio de entrega dos estabelecimentos, já que não haverá mais risco de os pratos chegarem frios ou com o sabor comprometido mesmo em bairros mais distantes.

"Hoje, o raio médio de entrega praticado pelos restaurantes varia entre 5 km e 7 km. Com a nossa solução, entendemos que seja possível, no mínimo, dobrar esse raio. Mas é possível expandir isso ainda mais", afirma Pompeu.

Quanto vai custar

Por questões de logística e eventuais manutenções do equipamento, a Kenti optou por um modelo de aluguel de suas mochilas para os restaurantes. 

Inicialmente, a cobrança será feita por diárias, evoluindo posteriormente para cobrança por entrega, dependendo do volume de delivery que o restaurante tem.

"Existem restaurantes em que o ticket médio é muito alto e, normalmente, o volume de entregas gira em torno de 10, 12 por dia, o que é muito baixo. Nesses casos, podemos cobrar mais", explica Pompeu. 

Serão 100 bags que entrarão em um programa piloto com 16 restaurantes localizados na cidade de São Paulo, em um quadrilátero que compreende parte das zonas oeste e sul da capital paulista. 

Até o fim do ano, está prevista a montagem de mais 350 mochilas para expandir o negócio.

Fonte: Canaltech

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