Veja: 47% dos brasileiros pretendem diminuir a carne do prato em 2023

O consumo de carne diminuiu cerca de 67% entre os brasileiros

Com tendências veganas e vegetarianas em constante crescimento no Brasil, agora os brasileiros optam por diminuir o consumo de carne.

De acordo com The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), a compra e o consumo de carnes bovinas, suínas, de frango e de peixe caiu 67% entre os brasileiros, em relação ao estudo anterior.

Esses números mostram consequências dos impactos de preços altos dos produtos e o crescimento de hábitos mais saudáveis e sustentáveis. 

A pesquisa também indicou que 47% dos consumidores pretendem reduzir a carne do prato, em 2023, por preferência a produtos sustentáveis e proteínas de origem vegetal. Porém, não é de hoje que a carne vem saindo da preferência dos brasileiros.

Segundo dados da pesquisa em 2021 da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), junto com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), o consumo já havia sido reduzido. 46% dos consumidores do país deixaram de comer carne uma vez, por vontade própria. 

O resultado é parecido com o do estudo The Good Food Institute (GFI), realizado em 2020. 49% dos brasileiros já vinham diminuindo o consumo da proteína de alguma forma.

Já o IPC Maps apontou que a escolha por verduras e legumes nos pratos dos brasileiros continua em alta. Com o crescimento da receita de R$ 16,9 bilhões em 2017 para R$ 17,7 bilhões em 2021.

Os resultados das pesquisas condizem com a realidade atual do país. Mais pessoas vêm trocando a carne por frutas, legumes e vegetais. Essa preferência é reflexo da busca por uma alimentação mais saudável e sustentável dos consumidores. 

O que significa para o mercado?

Saulo Marti, CMO da Diferente, foodtech de assinatura de alimentos orgânicos do Brasil, afirma que o mercado de proteínas alternativas deve movimentar a economia nos próximos anos.

 “O setor de proteínas feitas a partir de plantas deve crescer quase 70% nos próximos seis anos, movimentando mais de US$ 28 bilhões globalmente, de acordo com a empresa de pesquisas de mercado Meticulous Market Research” 

“Enquanto isso, o mercado de alimentos orgânicos pode alcançar a marca de R$ 7 bilhões em 2023. A pandemia acelerou esse mercado e, hoje, a preocupação ambiental se soma à preocupação com a saúde. As pessoas estão consumindo mais orgânicos e, inclusive, dispostas a pagar mais por eles ", completa Marti.

Além disso, é preciso levar em conta a mudança de comportamento do consumidor nesses anos. A influência de dietas restritivas e opcionais sem carne vem tomando espaço no mercado, como: veganismo, vegetarianismo, crudivorismo, apivegetarianismo e frugivorismo.

A nutricionista Fernanda Larralde, especializada em Nutrição Esportiva, Saúde da Mulher e Fitoterapia explica esses novos hábitos: "O que leva as pessoas a mudarem o estilo de vida, principalmente em relação à alimentação, está muitas vezes associada a uma ideologia.

Ela ainda especifica “seja a preocupação com os animais e o meio ambiente, a influência de familiares, motivos religiosos ou espirituais e, em alguns casos, isso ocorre em decorrência de alguma condição clínica. Porém, cada uma delas tem o seu valor e peso individual”.

De acordo com a mesma análise, 52% dos brasileiros diminuiu a carne nos últimos 12 meses por escolha própria. Não só isso, mas praticamente dois em cada três consumidores consomem alguma alternativa vegetal em substituição aos produtos de origem animal pelo menos uma vez por semana, 

Assine a Saipos News