Alimentação fora do lar volta a ser atrativo

A inflação do consumo em bares e restaurante apresentou variação de 8,04%

Comer fora de casa voltou a ser atrativo para os consumidores. Depois de dois anos com o delivery em alta, bares e restaurantes crescem em números de clientes e vendas no estabelecimento.

Não é só o delivery que concorre com os restaurantes, o número de pessoas que passaram a cozinhar para se alimentar também aumentou. Contudo, é possível enxergar uma mudança na área.

Dados do IPCA, divulgados pelo IBGE, mostram que, em fevereiro, a inflação dos estabelecimentos (0,50%) esteve abaixo do índice médio (0,84%). 

Em contrapartida, a alimentação dentro do lar (0,04%) ficou menor. Porém, no acumulo dos últimos 12 meses, o setor de bares e restaurantes pontuou melhor com a soma de 8,04%, enquanto nas refeições caseiras teve aumento de 10,51%.

Alguns resultados da pesquisa apresentaram números interessantes de fevereiro: Às refeições, 0,38% apresentaram um crescimento menor em comparação aos lanches e 0,57%, no setor de alimentação fora do lar. 

Porém, nos 12 meses, os números são bem diferentes, com os lanches a 11,97%, bem acima das refeições com 6,18%. 

Já os alimentos sofrem com aumentos significativos como o arroz, 1,91%, o feijão carioca, 1,23%, e a cenoura, 19,52%.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, destaca que "Comer fora de casa segue mais atrativo". Temos testemunhado um esforço hercúleo do setor em segurar o aumento dos cardápios, principalmente considerando que, nos últimos 12 meses, houve alta de 9,84% no preço dos alimentos e bebidas”.

Mesmo com a popularidade dos estabelecimentos nos últimos anos, ainda não é o suficiente para a crise atual do setor.

"Houve um ganho de produtividade significativo nos últimos anos, mas não é suficiente para segurar o reajuste nos bares e restaurantes, que estão fazendo um exercício difícil de enxugar custos”, argumenta Solmucci

alimentação fora de casa

Solução para a crise

“Essa situação está ficando insustentável e conseguimos perceber pelo número de empresas fazendo prejuízo, que voltou a aumentar”, completa

De acordo com dados apresentados pela Associação de Bares e Restaurantes do Brasil (Abrasel), 66% dos estabelecimentos tinham empréstimos bancários contratados em janeiro.

Além disso, a taxa de inadimplência ficou muito acima desde o início do ano. No geral, as prestações estão de 30% a 40% mais caras do que quando foram contratadas.

Segundo o levantamento, 23% das 1477 empresas ouvidas registraram um prejuízo em janeiro deste ano. Um aumento de apenas 4 pontos em relação a dezembro de 2022.

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O que esperar

Mesmo que o crescimento aconteça de forma lenta, é possível enxergar uma melhora para o mercado de bares e restaurantes.

Ainda que o investimento em delivery tenha causado efeitos positivos, comer no estabelecimento se tornou mais atrativo e indica uma nova tendência surgindo.

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