Carnaval deve movimentar R$ 3,63 bilhões para o setor food service

Pela primeira vez, folia vai ser comemorada sem as restrições do coronavírus

A folia de Carnaval de 2023 promete ser uma das maiores nos últimos anos. Desde o início da pandemia não tivemos uma comemoração sem as restrições que o coronavírus trouxe. 

O Carnaval é uma das principais datas para o turismo nacional, e este ano, ela deve movimentar R$ 8,18 bilhões. Os dados são da Divisão de Economia e Inovação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Se confirmada a projeção da CNC, a receita de negócios associados ao turismo, como bares, restaurantes e hotéis, terá uma alta real de 26,9% na comparação com 2022 em valores já corrigidos pela inflação.

O forte crescimento deve ser puxado pela normalização das atividades afetadas pela pandemia e pelo fim das restrições impostas pela Covid-19, mas será insuficiente para recuperar o nível de receitas registrado em 2020 - quando movimentou R$ 8,47 bilhões.

O destaque fica para o protagonismo do setor de bares e restaurantes que deve movimentar R$ 3,63 bilhões. O relatório da confederação diz que “o Carnaval é considerado o ‘Natal do turismo’ brasileiro” e que o destaque deste ano deve ser o segmento de bares e restaurantes.

Em 2022, com a vacinação já avançada, houve uma recuperação, mas os R$ R$ 6,45 bilhões movimentados ainda ficaram 24% abaixo dos valores de 2020.

Outros destaques

As empresas de transporte de passageiros deverão movimentar outros R$ 2,35 bilhões, enquanto a receita dos serviços de hospedagem em hotéis e pousadas deverão movimentar R$ 890 milhões. 

“Juntos, estes três segmentos (bares e restaurantes) responderão por quase 84% de toda a receita gerada durante o maior feriado do calendário nacional”, diz o documento. Com a recuperação deste ano, a CNC calcula que os negócios associados ao turismo vão gerar 24,6 mil empregos temporários no Carnaval deste ano. 

  • Cozinheiros (4,4 mil), auxiliares de cozinha (3,45 mil) e profissionais de limpeza (2,21 mil) devem ser as profissões mais demandadas.

Ainda assim, o número ficará aquém dos carnavais de 2020 (quando foram gerados 26,1 mil empregos temporários) e 2019 (24,7 mil).

Inflação, juros e endividamento

“O principal obstáculo ao restabelecimento das receitas ao nível pré-pandemia deriva das condições econômicas menos favoráveis, tais como significativos reajustes de preços, juros e comprometimento da renda mais elevados”, diz a CNC.

O estudo aponta que a inflação dos serviços associados ao turismo foi maior do que a média. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor subiu 5,79% em 2022, o preço das passagens aéreas saltou 23,53%; a hospedagem ficou 18,21% mais cara e o aumento médio nos preços dos pacotes turísticos foi de 17,16%.

Outra restrição à demanda pelo turismo é a alta dos juros — levado a cabo pelo Banco Central (BC) exatamente para frear a inflação. O relatório da CNC lembra, por exemplo,  que frequentemente as viagens a lazer são parceladas no cartão de crédito.

“A taxa média de juros dos empréstimos e financiamentos livremente obtidos por pessoas físicas atingiu 59,0% ao ano — maior patamar desde agosto de 2017 (62,3% ao ano). Esse fenômeno, aliado ao grau de endividamento historicamente elevado dos consumidores nos últimos meses, certamente se

Fonte: InfoMoney

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