Compromisso global assumido por empresas, organizações e governos busca 100% de uso de embalagens plásticas reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis
Lançado em 2018, o Compromisso Global por uma Nova Economia dos Plásticos chega ao seu quarto ano com boas e más notícias.
Esse movimento em torno de uma economia circular do plástico é liderado pela Ellen MacArthur Foundation, em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), e conseguiu a adesão de mais de 500 empresas, governos e organizações em todo o mundo.
No relatório divulgado em outubro, a principal boa notícia é que a fatia de plástico reciclado após o consumo aumentou de 4,8% em 2018 para 10% em 2021. “Embora tenha levado décadas para as empresas atingirem a marca de 5%, os signatários duplicaram para 10% em apenas três anos”, aponta o documento.
Além disso, o uso de material reciclado em embalagens plásticas continua a aumentar fortemente e duplicou nos últimos três anos. A maioria (59%) das marcas e varejistas signatárias do compromisso reduziu o uso de plásticos virgens.
Mesmo com todo esse esforço, o relatório aponta que a maioria das empresas signatárias do compromisso não cumprirá a promessa de usar apenas embalagens plásticas reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025.
“As últimas descobertas demonstram a necessidade de intensificar urgentemente os esforços, tanto de empresas quanto de governos”, comenta Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA.
Segundo o documento, um “progresso mensurável está sendo feito em relação ao Compromisso Global, mas o uso de embalagens flexíveis e a falta de investimento em infraestrutura de coleta e reciclagem significam que a meta de embalagens plásticas 100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025 está se tornando inatingível”.
Para que a meta seja alcançada, as empresas teriam de aumentar exponencialmente o uso de material reciclado, a uma taxa de 5,4% ao ano.
Só que em 2021, houve aumento de 2,5% do uso de embalagens plásticas, revertendo a queda observada em 2019 e 2020. E 42% delas ainda não tem um modelo de reúso nas estratégias de embalagem.
As embalagens plásticas flexíveis (como sachês e filmes) ainda são um grande problema, pela dificuldade de reciclagem — e uma das principais razões pelas quais a maioria das empresas não atingirá a meta até 2025.
A saída, de acordo com o relatório, é ganhar escala em estratégias de reúso, inovar em produtos que não sejam embalagens plásticas flexíveis e reduzir o uso de embalagens de uso único, pois a reciclagem por si só não é suficiente para zerar a poluição plástica.
“Não adianta ser tecnicamente reciclável. Nossa definição de reciclabilidade é que haja evidência de que existe infraestrutura para a reciclagem em escala”, afirmou Paulo Thais Vojvodic, gerente da iniciativa Nova Economia do Plástico na Fundação Ellen MacArthur.
Ela ainda afirma que o Brasil precisa investir em infraestrutura de coleta e processamento para aumentar os níveis de reciclagem. O país deve se juntar a outros para definir os rumos da reciclagem em novembro, quando começa a ser negociado no Uruguai o Tratado Global dos Plásticos, previsto para 2024.
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Fonte: iFood News