A saída do Uber Eats do mercado abre caminho para a hegemonia do iFood dentro do país, mas também possibilita o crescimento de novos players de delivery. Começamos o ano recebendo essa informação que promete impactar em muitos pontos do nosso cenário atual.
No anúncio feito nesta quinta-feira (06), a empresa divulgou que irá concentrar seus esforços em oferecer uma melhor experiência aos usuários na entrega de itens de conveniência e mercado via Cornershop by Uber. Com isso, após 7 de Março, não será mais possível pedir refeições em restaurantes do marketplace.
De acordo com a empresa, esse movimento faz parte do novo reposicionamento global do Uber. Nos últimos anos, ele vem revisando muitas iniciativas e fechando operações em diversos mercados que não são rentáveis o suficiente.
Veja neste artigo o que muda e o que permanece em relação às operações da Uber.
Calma, não é o fim do Uber no Brasil. A empresa vai seguir trabalhando com o Delivery no país, mas agora direcionando suas energias para seus outros três serviços de entrega:
Além disso, todos os produtos de mobilidade e intermediação de viagens com a Uber, como Uber X, Uber Black, Uber Moto, etc.
O anúncio dividiu opiniões nas redes sociais com usuários falando sobre a qualidade do serviço do Uber Eats para restaurante no Brasil e, também, sobre o domínio que o iFood ganha dentro do mercado com a saída do seu principal concorrente.
Com a saída do Uber Eats para entregas de refeições no Brasil, será necessário reavaliar como essa perda impacta na economia do país.
Para um dos fundadores da Saipos, Anderson Onzi, o fechamento das operações de delivery pode ter impacto negativo no mercado. “Como em qualquer ramo, existir apenas um único player dominante não é bom para o mercado, a falta de concorrência ou de opções obriga empresários e consumidores a pagar por taxas definidas arbitrariamente”, afirma.
Além disso, para a Saipos, uma das maiores preocupações no momento é como será feito o encerramento das atividades dentro de sistemas de gestão que integravam com o aplicativo. “Estamos nos organizando para dar o maior suporte possível para os nossos clientes neste momento, já que teremos que encerrar uma das opções que tínhamos para eles”, explica Onzi.
É preciso entender o impacto que a saída do Uber Eats vai ter no nosso mercado econômico. Por isso, convidamos o nosso parceiro Raphael Silva para explicar um pouco do que pode acontecer daqui pra frente.
O Uber Eats justificou a saída dele do mercado por causa do grande monopólio do iFood - devido àqueles primeiros contratos que fidelizam os grandes restaurantes à plataforma e impediu o Uber Eats de entrar no mercado. Mas a verdade é que eles não estavam conseguindo fazer a operação ser rentável. Não conseguiam crescer, a plataforma era difícil de navegar no app e tinham muitos problemas com motoboy que sumia com os pedidos. Com isso, os restaurantes ficaram cada vez mais insatisfeitos e iam desabilitando a plataforma. Chegou num ponto que eles não conseguiam mais competir dentro do mercado brasileiro. Por isso, eles tomaram a decisão de se voltar para outros nichos, que eles acreditam estarem crescendo dentro do país.
Na verdade, pouca coisa vai mudar no mercado. O Uber Eats não estava prestando um bom serviço, ele já vinha há alguns meses com um suporte muito ruim - e o mercado se autorregula pela qualidade do serviço. Os restaurantes, infelizmente, perdem uma companhia que se tivesse investido mais no país, tivesse se preocupado mais com o pós vendas e desenvolvido melhor a plataforma teria competido de igual para igual com o iFood. Para os bares e restaurantes o que fica é aquela tristeza de um único player continuar monopolizando o mercado e ver que os outros concorrentes seguem pelos mesmos moldes do Uber Eats e que não estão conseguindo performar bem com suas ferramentas.